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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Estudante baiana que criou tecnologia para filtrar água através da luz solar ganha prêmio da ONU

Estudante baiana que criou tecnologia para filtrar água por meio da luz solar em regiões do semiárido ganha prêmio da ONU -Foto: Divulgação/ONU
A estudante baiana que criou uma tecnologia para filtrar água por meio da luz solar ganhou um prêmio internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), graças ao projeto. A informação foi divulgada no site da instituição na terça-feira (17). O Prêmio Jovens Campeões da Terra é voltado para jovens empreendedores com ideias inovadoras para o futuro do planeta.

Anna Luísa Beserra tem 21 anos e ficou entre 35 finalistas globais e concorreu na categoria América Latina e Caribe com outros 4 jovens. É a primeira vez que uma brasileira recebe o prêmio.
Além de Anna, também ganharam o prêmio pelo projeto Letícia Nunes Bezerra, Marcela Sepreny e Lucas Ayres - Foto: Divulgação
A premiação será realizada durante uma cerimônia na 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, no dia 26 de setembro, em Nova York. Em abril, o projeto ganhou um outro prêmio que reuniu 400 startups de tecnologia nos Estados Unidos. O prêmio foi R$ 25 mil.

O nome do projeto é “Aqualuz”. Anna Luísa, que é formada em Biotecnologia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), teve a ideia quando tinha 15 anos e ainda estava no ensino médio. Ela contou com apoio de outros três estudantes para desenvolver a startup.
Estudante baiana que criou tecnologia para filtrar água por meio da luz solar em regiões do semiárido ganha prêmio da ONU - Foto: Divulgação/ONU
São eles: Letícia Nunes Bezerra, aluna do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC); Marcela Sepreny, graduanda em Engenharia Química no Centro Universitário Senai Cimatec (BA), Lucas Ayres, profissional formado em Ciência da Computação pela Ufba, responsável pelo design e marketing do Aqualuz.

O sistema do grupo usa radiação solar para tornar a água contaminada própria para consumo em regiões castigadas pela seca de forma sustentável.
Anna Luisa trabalha com projeto desde os 15 anos de idade - Foto: Divulgação
Trata-se de uma caixa de inox que é coberta por um vidro e uma tubulação simples ligada à cisterna, um reservatório comumente usado para armazenar água da chuva ou de caminhão-pipa. A filtragem da água ocorre sem a necessidade de uso de compostos químicos. Como consequência, ajuda na redução dos índices de doenças.

Cada ciclo de filtragem dura, em média, 4 horas. O dispositivo, que filtra até 28 litros de água por dia, dura cerca de 15 anos e precisa apenas de limpeza com água e sabão, troca do filtro natural (com o estoque de refil já fornecido), sem precisar de manutenção externa ou energia elétrica.

Testes preliminares feitos em laboratório certificado, que usaram parâmetros do Ministério da Saúde, revelaram que o “Aqualuz” reduziu em 99,9% a presença de bactérias de referência.
Atualmente, o “Aqualuz” já distribui água potável para 265 pessoas, na Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas, e o objetivo é alcançar mais 700 ainda este ano.
Projeto criado por estudante baiana permite filtragem de água com luz solar - Foto: Divulgação
A filtragem ocorre por etapas. São elas:
  • Primeiro, a água é bombeada da cisterna até a caixa, por meio de um encanamento, passando por um filtro ecológico que é feito de sisal;
  • O filtro ecológico retém partículas sólidas;
  • Depois, já com a água armazenada na caixa de inox, ocorre a desinfecção, em que o líquido é exposto à radiação solar para eliminação dos micro-organismos patogênicos. A alta temperatura na caixa ajuda a eliminar impurezas.
  • Por fim, um dispositivo acoplado à caixa muda de cor e alerta quando a água pode ser retirada da caixa, já pronta para o consumo, por meio de uma torneira.
Fonte: G1