A jovem participava de um curso sobre as funções dos ministérios da Assembleia de Deus. Na ocasião, uma palestrante elogiou o cabelo da jovem e foi repreendida pelo pastor. “Ele pegou o microfone e disse que eu não seria batizada porque meu cabelo não servia para ficar na igreja”, relatou a garota.
Indignados com a atitude do pastor, um grupo de amigos da jovem, todos negros e de cabelos crespos, realizou um protesto pacífico no culto do último domingo (15), no centro de Jacobina.
Segundo a estudante e amiga da vítima, Martha Miranda, de 24 anos, a igreja estava lotada no momento em que o pastor fez a declaração racista. “Tinham várias testemunhas e, no domingo, quando eu e outros amigos fomos visitar a igreja para fazer o protesto, todas as pessoas perceberam o motivo da nossa presença”, conta.
Martha acrescenta que, após a repercussão do caso, o pastor chamou a garota para conversar. “Ele a chamou para uma reunião e disse que ela poderia assinar o formulário de batismo. A situação foi humilhante e em nenhum momento ele pediu desculpas. O pastor ainda disse para ela mudar o cabelo pois, segundo ele, cabelo crespo não é cabelo de crente. Isso a deixou ainda mais chateada e ela deixou de frequentar a igreja”, relatou.