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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Jovem faz faculdade com dinheiro da venda de doces no semáforo

O jovem Erick Jerônimo Ferreira, de 22 anos, pagou a faculdade, que acaba de se formar, vendendo doces no semáforo, em Santos, litoral sul de São Paulo. Ele vendeu balas e jujubas para conseguir cursar Educação Física. Além de finalizar a licenciatura do curso ele ganhou o prêmio de melhor aluno.

A primeira vez que resolveu ir para os semáforos, foi para ajudar a família com as contas de casa e conseguir terminar a universidade.

“Começou em 2017 quando estávamos endividados. Eu trabalhava em uma bomboniere, mas ainda precisava de um dinheiro a mais para conseguir cursar a faculdade. Tive a ideia então de comprar doces lá e revender no semáforo. Deu certo, cumpri as minhas obrigações e consegui ajudar minha mãe”, disse ao G1.

Apoio
Inicialmente, o jovem escondeu da mãe que vendias os doces nas ruas.
Depois de algum tempo ela desconfiou, já que sabia que o filho saía do trabalho aos sábados no período da tarde, mas só retornava depois das 19h para casa.
“Sempre foi só eu, minha mãe e minha irmã. Teve um dia que eu estava com muita moeda no bolso e resolvi contar a verdade. Ela começou a chorar e me abraçou. Minha mãe sempre me apoiou a correr atrás dos meus sonhos, apenas não teve condições de bancar minha faculdade. Ela sempre disse para eu fazer o meu melhor”, conta.

Rotina difícil
O rapaz lembra que a rotina era bastante cansativa nos dois anos que vendeu os doces.
“No início foi difícil. De segunda à sexta eu fazia estágio das 7h às 8h. Trabalhava na bomboniere das 8h30 às 18h30. Depois eu seguia direto para a faculdade”, relembra.
Aos sábados, ele conta que também trabalhava na bomboniere, mas apenas das 8h30 às 13h. “Depois já começava direto as vendas nos semáforos e seguia até 19h, isso tanto no sábado, quanto nos domingos e feriados”, acrescenta.

Melhor aluno
“Em 2018 conclui a licenciatura, mas resolvi seguir cursando o curso em 2019 para completar o bacharelado”, diz.
De acordo com o jovem, na formatura da licenciatura, ele foi reconhecido com um prêmio de melhor aluno e com o mérito acadêmico do Conselho Regional de Educação Física.
O rapaz afirma que nunca teve vergonha de trabalhar vendendo doces no semáforo, porque sabia da importância do seu objetivo.
“Acredito que não importa o quão longe suas metas estejam, cada atitude que você tiver deixará você mais perto do sucesso”, revela.