Foto: Guia do Estudante
A dificuldade é justamente essa “uma” carreira. Os orientadores dizem que a angústia da escolha profissional é a angústia de fazer qualquer escolha: você tem várias opções atraentes e precisa decidir-se apenas por uma. Ao escolher uma, você está abrindo mão das demais – e o problema é que a gente não quer perder nada, não é mesmo? Além disso, a decisão profissional é a primeira grande escolha que você, provavelmente, vai fazer na sua vida. E existe um grande peso em relação a isso, de que não se pode “errar”, pois o que está em jogo é o seu futuro (mas calma, lembre-se de que a escolha é apenas o seu próximo passo e não a definição do resto da sua vida). Daí toda a dificuldade que envolve a questão. E a dica aqui é não escolher o curso no escuro. Existe sim um jeito de escolher bem (veja a próxima questão).
2) “Como escolher o curso certo?”
No Guia do Estudante, costumamos dizer que existe sim uma fórmula mágica para a escolha do curso: autoconhecimento + conhecimento das profissões = escolha consciente! No exercício de autoconhecimento, você deve considerar quais são as suas características, os seus interesses e os seus valores. É importante fazer também uma reflexão sobre o futuro: que estilo de vida você quer levar? Em que tipo de ambiente se sentiria bem trabalhando? Qual o perfil das pessoas com quem gostaria de conviver? É como se você esboçasse o seu “projeto de vida”. Saber quais são os cursos e as profissões também é superimportante para você tomar conhecimento das diferentes possibilidades. Uma forma de fazer isso é pesquisando aqui mesmo no site do GUIA DO ESTUDANTE. Comece pela áreaem que tem mais interesse. Depois veja as opções de cursos. Analise o que faz o profissional, as áreas de atuação e como é o curso. Um bom exercício é fazer isso com um grupo de amigos – vocês se revezam na leitura e cada um conta para o grupo o que descobriu. Aí é preciso combinar as características do curso e da profissão com o seu perfil.
3) “Devo fazer o que eu gosto ou o que dá dinheiro?”
A primeira coisa a considerar é que quem faz o que gosta, geralmente, faz bem. De nada adianta optar por uma área promissora, se você não se identifica com ela. Além disso, o mercado é dinâmico e nada garante que uma profissão rentável hoje se mantenha assim daqui a alguns anos. E ser bem-sucedido financeiramente não tem a ver com uma profissão em particular – todas as carreiras oferecem oportunidades de alcançar o sucesso. Portanto, vale mais a pena fazer o que se gosta.
4) “Como lidar com a opinião dos pais?”
Seus pais são as pessoas que mais o conhecem. Portanto, não despreze a opinião deles! Eles podem te ajudar na questão do autoconhecimento, junto com amigos e outros familiares. Mas que fique muito claro: a decisão final é exclusivamente sua! E no caso de haver pressão sobre a sua escolha, a melhor saída é ter uma conversa sincera, na qual você deve expor seu ponto de vista e seus argumentos (por isso é que também é importante se informar sobre os cursos e as profissões).
5) “Eu tenho vários interesses. Diferentes cursos me agradam. Como decidir?”
Ter vários interesses é muito comum e saudável! Procure avaliar qual ou quais desses interesses tem potencial para se transformar em uma profissão. Para isso, reúna o máximo de informações sobre cada opção e relembre a rotina do curso e do profissional. Veja se combina com o estilo de vida que você quer levar. E uma dica: saiba que é possível combinar duas áreas na mesma profissão. Um exemplo é um estudante que estava em dúvida entre Direito e Ciências Biológicas. Ele acabou cursando Direito, mas especializou-se em legislação ambiental.
6) “Nenhuma área me atrai. Como escolher?”
Descubra se você está com dificuldade de identificar um interesse ou se realmente não gosta de nada – em geral, é a primeira opção. Então, trabalhe o processo de autoconhecimento, buscando respostas para o que você quer da sua vida. Além disso, a impressão de que você não gosta de nada pode estar relacionada à limitação de conhecimento. A solução é informar-se melhor sobre os cursos e profissões. Por fim, para aqueles que não conseguem mesmo se decidir, uma saída é buscar ajuda especializada – os programas de orientação profissional.
7) “Vale a pena insistir num curso muito concorrido ou é melhor partir para outra?”Isso vai depender da sua disposição em investir tempo e energia nessa escolha. Depende também da sua situação financeira ou da sua família – se é possível pagar ou não mais um ano de cursinho, por exemplo. É importante, ainda, observar se o seu desempenho e as suas possibilidades reais de aprovação melhoram à medida que você se prepara. E cuidado com o risco de “deixar o vestibular decidir”: prestar dois cursos e entrar no que passar. A decisão deve ser sua e não das circunstâncias.
8) “E se eu errar na escolha do curso e da profissão?”
Em primeiro lugar, reavalie o conceito de “errar”: pense na experiência que acumulou e que foi ela que permitiu perceber a necessidade de mudança. Outra coisa é que uma escolha profissional não é, necessariamente, “para sempre”: estamos constantemente mudando e novas possibilidades e interesses sempre podem surgir, mesmo para profissionais experientes. É claro que isso, no entanto, não significa fazer uma escolha descompromissada! Porém, se avaliou que é hora de mudar de rota, veja se a insatisfação não é momentânea (início do curso) ou se está relacionada a outros aspectos não ligados ao curso (distância da família, relação com a classe etc.). Também pense que uma mesma profissão permite muitas e diversas possibilidades de atuação.
9) “Como escolher a faculdade que vou cursar?”
Boa parte dos vestibulandos quer entrar numa universidade pública. Mas, quando isso não é possível, como escolher uma boa instituição? As avaliações do Ministério da Educação (MEC) são instrumentos importantes para verificar a qualidade dos cursos. Atente especificamente ao Conceito Preliminar de Curso (CPC), que reúne num só indicador o desempenho dos estudantes no Enade, a qualidade dos professores e da infraestrutura do curso. Não deixe de ver também a Avaliação do Guia do Estudante (no próprio site, no descritivo de cada curso), que concede estrelas aos cursos (cinco estrelas, excelente; quatro estrelas, muito bom; e três estrelas, bom) a partir de uma pesquisa de opinião feita com mais de 6 mil coordenadores de curso e professores universitários de todo o Brasil. E visite a instituição, atente para as condições das instalações físicas, sinta o clima e tenha a sua própria percepção do local e do ambiente.
10) “Testes vocacionais ajudam?”
É importante considerar que esses testes devem ser encarados mais como um instrumento de autoconhecimento (ao identificar habilidades e interesses) do que uma resposta definitiva. Eles são úteis ao ajudar a traçar o seu perfil para relacionar com as atividades desempenhadas em cada profissão. Aqui no site, há vários deles.
Fonte: Guia do Estudante