A Bahia se consolidou nesta segunda-feira (9) como um dos maiores
fornecedores de energia renovável do país, após a inauguração do
complexo eólico Alto Sertão I, que abrange os municípios de Caetité,
Igaporã e Guanambi, na região sudoeste. No total foram gerados 1.300
empregos diretos e indiretos.
Esse é considerado o maior da América Latina com capacidade para
abastecer uma cidade com aproximadamente dois milhões de habitantes. A
solenidade de inauguração foi realizada em Caetité, com a presença do
governador Jaques Wagner, de secretários estaduais, além dos dirigentes
da empresa Renova Energia, responsável pelo empreendimento.
O completo teve o investimento de R$ 1,2 bilhão é composto por 14
parques eólicos e 184 aerogeradores, que, juntos, vão gerar uma energia
de 300 megawatts (MW). Segundo o diretor-presidente da Renova Energia,
Mathias Becker, mais 15 parques eólicos estão previstos para o estado –
seis inaugurados em 2013 e nove em 2014. “A Bahia, principalmente em
Caetité, Igaporã e Guanambi, tem um potencial eólico único mundo. Foi
isso que nos deixou mais competitivo”.
O secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, explicou
que o potencial eólico da região do semiárido coloca a Bahia como um dos
estados com maior potencial de exploração. “Além do potencial eólico, a
Bahia tem um potencial muito grande em outras energias renováveis, o
que permite dizer que o estado se torna um grande polo de geração de
energia limpa, que causa menos impacto ao meio ambiente”.
O estado tem atualmente uma carteira de inversões
de R$ 6,5 bilhões, representados por 57 projetos de usinas elétricas
movidas pela força dos ventos e cinco fábricas de componentes para os
geradores eólicos. Previstas para se instalar em 11 municípios, até
2015, as usinas irão acrescentar cerca de 1.570 MW à rede elétrica.
Entre as cinco indústrias de equipamentos atraídas pelo Governo da
Bahia duas delas já estão em pleno funcionamento no Polo Industrial de
Camaçari – a espanhola Gamesa e a francesa Alstom, ambas fabricantes de
aerogeradores, representando inversões de R$ 50 milhões, cada uma, na
implantação das unidades baianas.
De acordo com o governador, mais outras fábricas estão em processo de
implantação na Bahia – a General Eletric (GE), que vai produzir
nacelles (motor), a Torrebras, do grupo espanhol Windar, que investirá
R$ 25 milhões na fabricação de torres, e a Aeris Energy, fabricante
nacional de pás.
“Estamos aqui aumentando a competitividade e aumentando a oferta de
energia. Já temos três fábricas de aerogeradores empresas de
equipamentos instaladas no estado e estamos atraindo outras de torres e
pás. Esses empreendimentos também trazem desenvolvimento social para a
região do semiárido, que sofre com a seca, gerando emprego e renda para a
população. Esse é o maior parque eólico da América Latina. Já nascemos
grandes. Estamos em primeiro lugar na qualidade de vento, em
produtividade e em aproveitamento”, ressaltou Wagner.
Investimento incentiva jovens a permanecer na região
Quem soube aproveitar a oportunidade de emprego gerada com a chegada
do complexo eólico foi à técnica em comunicação social, Tatiana
Custódia, moradora de Guanambi. Ela explicou que o investimento
incentivou os moradores, principalmente os jovens, a permanecerem na
região.
“Antes, muitos jovens saiam daqui em busca de emprego em Salvador ou
na região sudeste. Agora, fazemos questão de permanecer no município,
porque estão surgindo oportunidade aqui. A energia eólica nos
possibilitou a alegria de crescer profissionalmente na nossa própria
região”, afirmou Custódia. O implantação do complexo também beneficiou
300 famílias com arrendamento de terras.
Fonte: SECOM