Marco Prisco, líder do movimento.
"Era importante que o governo sentasse e negociasse até porque essa greve já enraizou. As forças federais não vão conseguir conter essa greve em todo o estado. E como a gente sempre tem falado, desde o início do movimento, não é um movimento da ASPRA, não é uma greve de uma entidade, o governo vem insistindo nisso", afirma Prisco, que, apesar de policial, foi afastado da corporação.
"Se existe um mandado de prisão, que se cumpra. Aí os nossos advogados vão recorrer por isso, porque eu não sou criminoso. Eu sou um policial militar, pai de família, tenho dois filhos, tenho a minha esposa e sou servo do Senhor", diz.
O sargento Juscelino, filiado à Aspra e que também ocupa a Assembleia, tenta esclarecer os motivos à sociedade. "Nós pedimos desculpas às famílias baianas pelo incômodo que o movimento causa, mas esta é a forma que encontramos para pedir os nossos direitos".
Na sexta-feira (3), seis entidades de classe, com exceção da Aspra, se reuniram com o governo do estado para dar início à abertura de negociação. Na ocasião, eles entregaram uma pauta de reinvindicações para o governo. De acordo com o governo, os itens que compõem a pauta são focos de trabalho desde o fim do ano passado. Entre eles, está o cumprimento do pagamento da GAP (Gratificação de Atividade Policial Militar).
A greve de parte dos PMs foi decretada na noite de terça-feira (31) e, desde então, uma série de violência e furtos foram registrados na capital baiana. De acordo com o balanço registrado no site da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), só na sexta-feira (6) foram registrados 28 homicídios, além de dez tentativas de homicídios.
A Secretaria de Segurança Pública estima que 1/3 do efetivo total, de 31 mil, esteja parado. Já a Aspra afirma que o número é maior. Os policiais grevistas são vinculados à Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), que organiza a mobilização, e desobedecem ordem judicial que determina retomada às atividades.
