Natural do distrito de Angico, localizado no município de Mairi, cerca de 300 quilômetros de Salvador, o Servidor conta que já nasceu cego. A doença, no entanto, não foi um limitador.
Apesar de viver plenamente, João Eudes relata que ainda sofre muito preconceito, mas isso é algo que ele tira de letra.
Sobre as conquistas alcançadas pelos deficientes visuais, ele ressalta os avanços no que diz respeito à acessibilidade, falando um pouco do surgimento das políticas públicas voltadas à questão. No âmbito do TJBA, o Servidor faz questão de enfatizar a atuação da Comissão de Acessibilidade, que é integrada ainda pelas juízas Rita Ramos, Cláudia Panetta e Maria do Rosário Calixto, e pelos magistrados Rilton Goés e Paulo Chenaud.
Independência - A adaptação dos espaços e a preocupação com a acessibilidade são recentes se comparadas à criação do Sistema Braille, que se tornou uma ferramenta de grande importância para os deficientes visuais, garantindo independência e maior participação social. Criado pelo francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro de 1809 e que perdeu a visão na infância, o Sistema chegou ao Brasil na década de 1850 e, a partir da década de 1940, passou a ser usado em livros.
Com seis pontos em relevo dispostos em duas colunas e três linhas, o sistema proporciona 63 combinações diferentes que representam as letras do alfabeto, os números, símbolos científicos, da música, fonética e informática. Com apenas um toque, o cego percebe os pontos em relevo ao passar os dedos da esquerda para a direita.
Hoje, a tecnologia tem sido grande aliada dos deficientes visuais, mas, para João Eudes, ainda assim, é essencial aprender o Sistema Braille.
Fonte: TJBA