O recurso Comunidades vai agregar grupos e permitir que os administradores desses espaços enviem avisos para milhares de pessoas ao mesmo tempo. De certa forma, ele dribla outras limitações do aplicativo, como a do número máximo de integrantes em grupos, que é de 256. E o deixa mais alinhado com o rival, que já permite grupos com 200 mil pessoas.
A ferramenta começará a ser testada globalmente nos próximos dias, mas não no Brasil. O WhatsApp adiou o lançamento do Comunidades no país para o ano que vem, após as eleições.
A empresa disse que, no acordo que assinou com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se comprometeu a não implementar nenhuma mudança significativa no app até as eleições acontecerem. Um dos principais objetivos desses acordos é o combate às fake news no período.
Por outro lado, junto com o lançamento do Comunidades, o WhatsApp decidiu que todas as mensagens encaminhadas só poderão ser reenviadas para um destinatário por vez, seja pessoa ou grupo. Para empresa, esta é uma ação que vai dificultar a disseminação de desinformação. E ela já está valendo, inclusive no Brasil.
Outras novidades foram anunciadas, como envio arquivos mais pesados, de até 2GB — o que favorece vídeos —, chamadas de voz para grupos de até 32 pessoas e reações a mensagens com emojis. Veja abaixo onde o WhatsApp, aplicativo de mensagens mais usado no mundo, ficará mais parecido com o Telegram, e onde ainda se distancia.
Onde WhatsApp se aproxima do Telegram:
O Whatsapp restringe a 256 o número máximo de participantes de grupos e também só permite o reencaminhamento de mensagens para 1 destinatário por vez. Mas o Comunidades poderá agregar grupos em um mesmo espaço. Assim, os administradores de uma comunidade podem enviar avisos para milhares de pessoas ao mesmo tempo. Ainda não há informações sobre o formato desses avisos.
Já o Telegram permite até 200 mil pessoas em um grupo. E, quando se chega a esse limite, eles podem se tornar grupos de transmissão. Ali, só os administradores podem enviar mensagens, mas o número de participantes é ilimitado.
O que o WhatsApp tem e o Telegram não:
- status/stories;
- recursos adicionais para contas comerciais (incluindo pagamentos);
- criptografia de ponta a ponta nas mensagens, a mesma do app Signal. Isso significa que o WhatsApp não pode ver o conteúdo de mensagens nem ouvir chamadas feitas no app, porque o processo de criptografia das mensagens acontece no aparelho dos usuários. No Telegram, as conversas não são criptografadas por padrão, sendo necessário ativá-la em conversas específicas por meio de "chats secretos";
- código-fonte fechado. O do Telegram é aberto, mas o código do servidor do serviço é fechado;
- é obrigatório divulgar o número de telefone para receber e enviar mensagens. O Telegram requer essa informação para a criação da conta, mas permite que você deixe o seu contato de telefone anônimo para outros usuários.
- chamadas de voz para até 200 mil pessoas (que é o limite dos grupos). No WhatsApp, passa a ser possível falar com 32 pessoas simultaneamente (até então eram 8);
- o aplicativo pode ser acessado mesmo com o telefone offline. O WhatsApp só passou a permitir esse tipo de acesso recentemente, mas apenas via WhatsApp Web. O desempenho desse recurso, no entanto, tem desagradado os usuários;
- usar até três contas diferentes no mesmo celular: o Telegram permite que os usuários conectem até três perfis diferentes no mesmo aplicativo. Já o WhatsApp só funciona com uma conta por vez num mesmo aparelho. Há aplicativos terceiros que permitem essa segunda conta e esse recurso está disponível em celulares de fabricantes como Xiaomi e Samsung.
- permite definir quem pode ver se você está on-line, entre outros dados que podem ser ocultados;
- tem agendamento de envio de mensagens;
- oferece busca de pessoas próximas para se comunicar;
- como a criptografia de ponta a ponta não é habilitada por padrão no aplicativo, as mensagens, fotos e arquivos das conversas regulares (não secretas) do Telegram podem ser acessadas pela empresa. O Telegram tem meios para visualizar o conteúdo das conversas entre duas pessoas e, potencialmente, ceder essas informações para autoridades por ordens judiciais, por exemplo. Isso porque, em algum momento do processo de entrega das mensagens, o aplicativo lida com esse conteúdo sem criptografia em seus servidores (as autoridades da Lava Jato, por exemplo, foram expostas pelo Telegram por esse motivo). O app diz não possuir vínculos com redes de publicidade que usam esses dados para a modelagem de perfis.
- permite personalizar chats com enquetes, quiz e jogos, por meio da instalação de "bots". Esses robôs podem fazer funções diferentes, como transcrever mensagens de áudio ou deixar uma música de fundo em uma chamada de voz, por exemplo.