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domingo, 27 de janeiro de 2019

Monitoramento de barragens de rejeitos será intensificado na Bahia após tragédia em MG; Jacobina é um dos alvos

O monitoramento das barragens de rejeitos que existem na Bahia será intensificado, devido ao alerta provocado pela tragédia de Brumadinho (MG), ocorrido na sexta-feira (25), segundo informou a gerência da Agência Nacional de Mineração na Bahia (ANM). Até a tarde deste sábado (26), 11 mortes foram contabilizadas e, ao menos, 300 pessoas estavam desaparecidas, na cidade mineira.

Conforme Cláudio da Cruz Lima, gerente regional da ANM na Bahia, o estado tem um número muito menor de barragens de rejeitos, em relação a Minas Gerais. No estado baiano são 14, sendo que quatro delas podem representar algum risco.

"Enquanto Minas tem mais de 400 barragens no Plano Nacional de Segurança de Barragens, a Bahia possui apenas 14. Isso nos permite monitorar as barragens, no mínimo, uma vez por ano. Algumas são monitoradas até duas vezes por ano", disse Lima.

A Bahia não tem registro de acidentes com barragens de rejeitos. A intensificação do monitoramento das unidades é uma medida preventiva, afirmou o gerente da ANM no estado.

"As barragens que têm mais alto potencial de dano são as localizadas em Jacobina (2), Santa Luz (1) e Itagibá (1), mas elas estão sendo monitoradas, inclusive presencialmente, e as empresas estão cumprindo os condicionantes impostos pela ANM. Apesar disso, a gente vai intensificar o monitoramento das barragens, e, a partir da semana que vem, já vamos fazer uma reunião para retraçar os planos de monitoramento das barragens aqui na Bahia", completou Lima.

Especialistas afirmam que a chance dos rejeitos de Brumadinho chegarem a rios ou praias da Bahia são remotas, por conta do volume, que não é tão grande quanto Mariana, tragédia ocorrida também em Minas Gerais, em 2015. Na ocasião, as águas da Bahia, embora o Ibama tenha chegado a fazer um alerta, também não foram atingidas pelos rejeitos da barragem.

Tragédia em Brumadinho
O rompimento de uma barragem da Vale no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), na sexta-feira (25) deixou um rastro de lama que deixou pessoas desaparecidas e destruiu casas na região. Há 11 pessoas mortas, segundo os bombeiros.

O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, diz que os principais atingidos são funcionários da empresa. Eles estavam em horário de almoço, e o refeitório da empresa foi atingido. A empresa informou que havia 427 pessoas no local, e 279 foram resgatadas vivas.

Ao menos 299 pessoas continuam desaparecidas, segundo Corpo de Bombeiros de MG. A Vale diz que não conseguiu contato com 413 funcionários e divulgou o nome dos colaboradores. Vinte e uma pessoas seguem internadas em serviços de saúde de Belo Horizonte e de Brumadinho.
Vista aérea do local destruído pelos rejeitos após o rompimento da barragem da mina do Feijão, situada em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), nesta sexta-feira (25) — Foto: Moisés Silva/O Tempo/Estadão Conteúdo
A Vale informou que o rompimento ocorreu na barragem 1 da Mina Feijão - que causou o transbordamento de outra barragem, segundo o presidente da empresa, Fábio Schvartsman. O Ministério do Meio Ambiente, por sua vez, informou que foram 3 barragens rompidas. Ainda não há informações do que provocou o acidente.
Fonte: G1

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