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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, é preso pela Lava Jato

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), foi preso, na manhã desta 5ª feira (29.nov.2018), no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do Estado. A ação é 1 desdobramento da operação Lava Jato e foi nomeada Boca de Lobo.

A ordem de prisão preventiva foi autorizada pelo ministro Félix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde são julgados os governadores. Depois de prestar depoimento, Pezão ficará preso em uma sala especial de 1 batalhão da Polícia Militar, em Niterói.

A operação é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador Sérgio Cabral, que também está preso. Ao todo, foram expedidos 9 mandados de prisão e 31 de busca e apreensão. Além do governador, outras 6 pessoas foram presas.

Eis a lista dos mandados de prisão:
O objetivo da operação, que conta com a participação da Receita Federal e do Ministério Público Federal, é reprimir os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, cometidos pela alta cúpula da administração do governo do Estado.
A PF cumpre mandados de busca e apreensão na casa do governador, em Piraí, município do Rio de Janeiro; no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio e em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Carlos Miranda detalhou o pagamento de mesada de R$ 150 mil para Pezão na época em que ele era vice do então governador Sérgio Cabral. Também segundo o delator, houve pagamento de 13º de propina e 2 pagamentos de R$ 1 milhão como prêmio.

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), Pezão operou esquema de corrupção próprio. Os documentos indicam que os pagamentos de propina de 2007 a 2015 chegaram a cerca de R$ 40 milhões em valores atualizado. Segundo as investigações, Cabral tinha seus próprios operadores financeiros.

De acordo com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Pezão não só deu continuidade a esquemas de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral, de quem foi vice, como também criou 1 próprio.

Em nota e no Twitter, o governador eleito Wilson Witzel (PSC), disse que confia nos trabalhos da Justiça, na condução dos processos pelo STJ (Supremo Tribunal Justiça) e pela PF. Segundo ele, os trabalhos da transição não serão afetados.
Esta é a 2ª vez que 1 governador é preso durante o cumprimento do mandato. O 1º foi José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, em 2010.

No caso do governador de Brasília, a decisão da prisão foi tomada pela Corte Especial, órgão colegiado do STJ.
COMO FICA A TRANSIÇÃO DE GOVERNO

Falta 1 mês para acabar o governo. Até o início de 2019, quando o governador eleito Wilson Witzel (PSL) assumirá o Palácio Guanabara, quem ficará à frente do Estado é Francisco Dornelles (PP), vice de Pezão.

A prisão de Pezão desperta insegurança nos servidores do Rio. Na 3ª feira (27.nov), o governador disse que anunciaria o pagamento do 13º salário dos servidores do Estado na 1ª semana de dezembro.

BIOGRAFIA
Luiz Fernando de Souza, 63 anos, nasceu no Rio de Janeiro. É formado em economia e administração de empresas pela Universidade Estácio de Sá. É casado com a advogada Maria Lucia Jardim. Sempre foi filiado ao partido MDB (Movimento Democrático Brasileiro).

Ingressou na vida pública na década de 80. Foi eleito vereador de Piraí (RJ), município onde nasceu, por 2 mandatos (1982- 1988 e 1993-1996). Logo em seguida foi prefeito de sua cidade natal 2 vezes, de 1997 a 2005.

Na gestão da governadora do Rio Rosinha Matheus, em 2005, foi nomeado subsecretário estadual de Governo e de Coordenação e assumiu a pasta quando o então secretário, Anthony Garotinho, decidiu disputar pela 2ª vez o Planalto.

Foi vice-governador nas duas gestões de Sérgio Cabral (2007-2014) e foi eleito chefe do Executivo estadual em 2014. Na Secretaria Estadual de Obras, Pezão comandou grandes obras como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a construção do Arco Metropolitano, o complexo do Alemão, Manguinhos, Pavão/Pavãozinho e Rocinha.

Assumiu o governo do Rio após a renúncia de Sérgio Cabral, em 2014. No mesmo ano, venceu Marcelo Crivella (PRB) nas urnas e foi eleito governador do Estado no 2º turno com 55,7% dos votos.
Fonte: Poder360

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