
De acordo com o tenente Otávio Júnior, da Polícia Militar de Itabirinha, a confusão aconteceu um tempo antes. Um dia, um parente do lavrador apareceu no 2º Pelotão da PM na cidade e registrou uma ocorrência de desaparecimento do homem.
“Mas, na verdade, ele tinha ido trabalhar na zona rural e não avisou para ninguém da família. Acharam que ele estava desaparecido. Um tempo depois, um homem com características parecidas com as do lavrador morreu atropelado em Colatina. A família esteve no Departamento Médico Legal (DML) aí no Espírito Santo e reconheceu como sendo o irmão desaparecido”, contou.
Por ter sido um atropelamento causado por um caminhão, o corpo estava bastante dilacerado. Desolados, os irmãos reconheceram o lavrador. O corpo foi encaminhado para Itabirinha e foi velado e enterrado em um caixão lacrado, devido ao estado do corpo.
“Depois, uma parente voltou no pelotão e comunicou a morte do lavrador. Sempre que registramos um desaparecimento, pedimos para a família avisar caso a pessoa retorne ou apareça morta. Assim damos baixa no sistema e a ocorrência não fica pendente. Trouxeram a certidão de óbito, contaram que o homem apareceu atropelado no Espírito Santo. Demos baixa na ocorrência”, explicou o tenente.
No entanto, alguns dias depois, o lavrador, que todos acreditavam estar morto, apareceu bem vivo na casa da família. “Ele procurou a PM para regularizar a situação e explicou toda a confusão. Ele foi trabalhar na zona rural e não avisou ninguém. Como o corpo encontrado estava muito danificado, acabou que a família reconheceu erroneamente. Agora o lavrador vai ter que abrir um processo administrativo na Vara Cível para dar baixa no atestado de óbito”, afirmou.
O tenente também contou que todos na cidade acharam a história muito curiosa. “A família ficou tão feliz com a volta do irmão vivo que chegou a soltar fogos de artifício para comemorar”, destacou o tenente Otávio Júnior.
COLATINA
Procurado pela reportagem do Gazeta Online, o delegado Deverly Pereira Júnior, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) da 15ª Delegacia Regional de Colatina, explicou que ainda não recebeu uma comunicação oficial sobre o reconhecimento errado do andarilho atropelado. Mas explicou que o reconhecimento de um corpo por familiares é um procedimento comum, pois não é possível realizar exame de DNA em todos os corpos.
“Neste caso, três pessoas da família reconheceram o corpo como sendo do lavrador. Com isso, o corpo foi liberado para a família. Agora, após a comunicação oficial de que o corpo enterrado não é dele, provavelmente a pessoa que foi enterrada vai voltar para o DML de Colatina e vamos investigar para tentar descobrir quem é. Se o andarilho não for reconhecido e a família não for encontrada, ele será enterrado como indigente um tempo depois”, ressaltou o delegado.
Fonte: Gazeta Online