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quarta-feira, 18 de julho de 2018

Mãe de baiano preso em Cabo Verde com 1 tonelada de cocaína é detida ao tentar fazer protesto

Mãe de brasileiro preso em Cabo Verde com 1 t de cocaína é detida ao tentar fazer protesto durante visita de Temer (Foto: Reprodução/TV Bahia)
A mãe do baiano Rodrigo Dantas, que foi preso com outros dois velejadores em Cabo Verde, na região norte da África, após serem flagrados no país com uma tonelada de cocaína em um barco, disse ter sido detida pela polícia local ao tentar realizar uma manifestação em favor da libertação do filho, nesta terça-feira (17). Bárbara Dantas contou que queria aproveitar a visita do presidente Michel Temer ao país para pressionar a Justiça local a rever o julgamento que condendou Rodrigo e os outros dois velejadores, o também baiano Daniel Dantas e o gaúcho Daniel Guerra, a 10 anos de prisãopor tráfico internacional de drogas. A família deles entrou com recurso contra a decisão judicial. Temer embarcou para Ilha do Sal, em Cabo Verde, onde participará da 12º cúpula de chefes de Estado e de governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A mãe de Rodrigo gravou um vídeo para falar sobre a situação e disse ter sido impedida de se manifestar. Ela contou, também, que foi levada pela polícia local e teve o passaporte recolhido pelas autoridades. Os velejadores foram presos com a droga na embarcação em 2017. Eles dizem, no entanto, que não sabiam que a droga estava escondida no barco e que foram vítimas de uma armação feita pelo dono da embarcação, um inglês conhecido como Geoge Fox, que está foragido. Outro inglês que seria comparsa de Fox, identificado como Robert James Delbos, de 66 anos, foi preso em junho de 2018, na Espanha. A PF diz que o veleiro está em nome de uma terceira pessoa, mas mantém o nome em sigilo para não atrapalhar as investigações. As investigações apontam que a embarcação é de responsabilidade dos dois ingleses e partiu de Natal (RN), em agosto do ano passado, rumo à Ilha da Madeira, que pertence a Portugal. Depois de uma pane, o veleiro parou no arquipélago de Cabo Verde onde a polícia achou a cocaína. Os velejadores foram contratados para levar a embarcação e alegam que não sabiam da existência da droga. A investigação realizada pela PF do Brasil aponta que os brasileiros podem ter sido vítimas de uma armação, mas a Justiça de Cabo Verde não aceitou o relatório elaborado pelo órgão. Segundo as investigações da PF brasileira, Delbos e Fox e mais um inglês, Mattew Bolton, chegaram ao Brasil em junho de 2016 no veleiro que receberia o carregamento de droga. A Justiça não decretou a preventiva de Bolton alegando falta de provas. Segundo a Polícia Federal, Delbos e Fox participaram da preparação da embarcação em um estaleiro em Salvador para receber a cocaína. No início do mês a Polícia Federal brasileira divulgou que enviou ao Ministro da Segurança Pública do Brasil uma nota de repúdio contra as declarações do Ministério Público da Comarca de São Vicente, em Cabo Verde, onde um representante do órgão afirmou nos autos de uma ação penal que o inquérito da PF do Brasil seria uma "manobra" para inocentar velejadores brasileiros. Eles foram presos com uma tonelada de cocaína na embarcação que estavam, enquanto passavam pelo país africano.

Caso
Tudo começou após um anúncio de emprego na internet. Foi assim que Rodrigo Dantas, de 25 anos, decidiu encarar o desafio de atravessar oceano Atlântico para entregar um veleiro na Ilha de Açores, em Portugal. O anúncio procurava velejadores para compor a tripulação da embarcação que tinha acabado de ser reformada em um estaleiro localizado em Salvador. Era uma oferta de trabalho de uma empresa internacional de recrutamento de mão-de-obra. Rodrigo e outro velejador baiano, Daniel Dantas, foram contratados pela mesma empresa, a Yatch Delivery Company, com sede na Holanda. Em Natal, o gaúcho Daniel Guerra se juntou à equipe. Antes de sair do Brasil, em agosto, o veleiro passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal.
O barco foi liberado sem que nenhuma irregularidade fosse encontrada, mas, na Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, o veleiro foi mais uma vez inspecionado e mais de uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em um piso de concreto e cimento na embarcação. Rodrigo ficou durante quatro meses em liberdade condicional em Cabo Verde, mas foi preso novamente em dezembro do ano passado.
Fonte: G1 Bahia