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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Após fim de relacionamento, professora de Piritiba é escoltada de casa para o trabalho devido ameaças de morte do ex


Professora antes e depois da agressão
Um caso de violência contra mulher tem chamado a atenção dos munícipes de Piritiba e cidades vizinhas nas últimas semanas. Após o fim de um relacionamento de cerca de dois anos uma professora da rede pública é obrigada a ser escoltada pela Polícia Militar de onde mora, no distrito de Porto Feliz em Piritiba, para o seu trabalho, todos os dias, devido as várias ameaças de morte que segundo ela, vem recebendo do seu ex companheiro.

Marileide dos Santos Pereira, de 39 anos, vive atualmente em constante estado de terror e medo desde que decidiu dar um ponto final ao relacionamento que mantinha com seu ex, Moisés Alves da Silva, em março deste ano. Segundo a família o relacionamento acabou por causa das várias traições e por ele beber demais. Desde então ela já sofreu centenas de ameaças de morte e foi agredida várias vezes em Porto Feliz, distrito de Piritiba, onde mora atualmente na casa dos pais, justamente pelas ameaças sofridas.

Justo um desses casos de agressão foi o que a fez deixar a sua própria casa e morar com os pais , visto que Moisés tentou esgana-la pela seteira de sua casa própria por que ela não quis abrir a porta para ele. Sua irmã, Evangelina dos Santos, disse a nossa redação que por várias vezes ele pulou o muro da casa de sua irmã e em uma dessas vezes ele abriu um buraco no teto e invadiu a residência para esperar ela chegar, por isso a família orientou a professora a abandonar sua residência e ir morar com os pais, antes que acontecesse algo pior.

O último caso de agressão, segundo a família, aconteceu dia 5 de novembro, quando a pedagoga foi na propriedade rural de um amigo que fica próximo a Porto Feliz para buscar adubo para suas plantas. Marileide teria sido seguida e quando entrou na casa foi surpreendida pelo ex que, possesso de ciúmes, passou a espanca-la e puxa-la pelos cabelo nos quatro cantos da sala querendo saber se os dois, ela e o amigo, tinham um caso.

Em seguida foi até sua moto, pegou uma espingarda e apontou a arma várias vezes contra ela, ameaçando matá-la. Segundo a irmã de Marileide, a professora foi obrigada sob a mira da arma a entrar no banco de passageiros do seu próprio carro e foi levada por Moisés, que a libertou alguns quilômetros depois lhe fazendo várias juras de morte. Com vários hematomas pelo corpo, ela teve que ser socorrida ao hospital da cidade onde recebeu atendimento médico, ficando constatado luxação em uma vértebra da cervical. Grande parte dos seus cabelos foram arrancados pelo agressor.

Assustada, a família levou a professora até a delegacia de Piritiba para registrar queixa já na segunda-feira, dia 6 de novembro, mas o escrivão teria alegado que não teria como registrar o boletim por que não tinha papel nem toner na impressora da delegacia, e que o delegado da cidade, Dr. Malaquias, estava ausente do município, e só retornaria na quinta. Diante do fato, a família relatou que contratou um advogado no mesmo dia, e este conseguiu através de contato com o Coordenador da 16ª COORPIN, que a vítima fosse ouvida na terça, dia 7, pelo delegado Malaquias no Complexo de Polícia de Jacobina.

No dia combinado a família veio a Jacobina e a professora foi ouvida pelo delegado que, depois da oitiva, solicitou a presença da testemunha da agressão, o dono da propriedade onde o fato ocorreu. Segundo a irmã da professora, na quinta-feira a testemunha se apresentou, corroborou todo o relato da vítima, e o delegado, segundo ela, teria dito que era só isso que faltava para que fosse determinada a prisão do acusado, pois os fatos eram muito graves, mas dias depois ela ficou sabendo que o delegado teria ouvido o agressor, que estava acompanhado de advogado, e o liberado em seguida.

Ainda segundo Evangelina, quase trinta dias após o registro da queixa, o advogado da professora esteve na comarca da cidade de Piritiba e foi informado que o inquérito sequer foi encaminhado para a Justiça. Segundo informou o advogado à família, o delegado teria alegado que queria ouvir a vítima novamente.

DESESPERO E INDIGNAÇÃO
Fato é que a família hoje está desesperada e pede socorro, antes que o acusado cumpra a promessa e mate a professora. "Minha irmã teve mais da metade dos cabelos arrancados por este psicopata. Ela teve uma fissura em uma das vértebras do pescoço e está usando colete cervical por causa dos puxões que ele deu em sua cabeça. Isso é um absurdo, será que vão esperar ela morrer para virar estatística!" desabafou Evangelina a nossa redação.

Marileide é pedagoga e trabalha em duas escolas municipais da região. Pela manhã é coordenadora pedagógica da Escola Virgílio Pereira em Tapiramutá, e a tarde leciona História na escola Joaquim Santos Neto, em Piritiba.

Segundo a família, ela chegou a ventilar a possibilidade de abandonar os dois empregos, temendo ser morta pelo ex em um dia qualquer a caminho do trabalho, mais devido a excelência de seus serviços como pedagoga, ao comentar a possibilidade com a diretora da escola em Tapiramutá, esta disse que isso não poderia acontecer de forma nenhuma, e diante do fato a diretora conseguiu junto a Polícia Militar do Município, que a professora seja escoltada todos os dias por uma Guarnição da PM de casa para o trabalho, até que a Justiça se manifeste e resolva a situação, até por que há o temor que o acusado invada alguma das escolas onde Marileide trabalha para tentar alguma loucura, pois segundo a irmã da vítima ele já foi visto rondando o local de trabalho da professora algumas vezes. Os familiares esperam um posicionamento das autoridades o mais rápido possível, antes que o por aconteça.

Obs: Nossa redação tentou contato com o delegado Dr. Malaquias mas não obteve êxito até o momento. Continuaremos tentando contato para maiores detalhes sobre o andamento do inquérito.
Fonte: Emerson Rocha / Bahia Acontece