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sábado, 23 de janeiro de 2016

Vindo do mundo do crime, “pastor” Edimar viu na igreja sua oportunidade de ficar rico

Ele, junto a a outros dois comparsas, é acusado de matar a pastora Marcilene Oliveira Sampaio Souza, 38 anos e prima dela Ana Cristina Sampaio, 36 – também é dono de um perfil violento, agressivo e conturbado, uma face dupla. Ex-traficante de pedras de crack nos arredores de Vitória da Conquista. Viu no evangelho uma maneira fácil de cometer adultério e, ao mesmo tempo, enriquecer em tempo recorde com as ofertas e desvio de dízimos das centenas de fieis arrebatados pelo dom da palavra.

“Era o meu fornecedor de pedra (crack) quando eu era viciado”, conta um estudante, entrevistado por mim nas imediações da Praça Tancredo Neves, em conversa informal. “Como é que nunca souberam disso? Que ele era um ganancioso e perigoso”, estranha. Não foi difícil a manobra. Contando com a ajuda imprescindível da pastora Marcilene e do marido dela, pastor Carlos Eduardo de Souza, 50 anos, o pastor Edimar aproveitou-se da sua conversão para se vangloriar das “águas milagrosas” do batismo.

Figuras respeitadas e bastante conhecidas na sociedade evangélica e no meio acadêmico, Marcilene e Eduardo foram atraídos pela astúcia do pastor Edimar. E eles não foram os únicos. Como numa lavagem cerebral, as suas “ovelhas” acreditavam em tudo que era pregado por ele nos cultos.

Entre uma pregação e outra, pedidos incansáveis de mais e mais ofertas. Não era difícil encher os cofres da igreja. Ou melhor, os bolsos do pastor Edimar. Apaixonado por carros, motos e imóveis, viu multiplicar os seus bens em Conquista, Itororó, Itapetinga e Potiraguá, seu reduto secundário. A sede de poder e a paixão pelo dinheiro aumentavam a cada dia. A pequena igreja teve que ser transferida para uma área mais ampla. Começavam aí as primeiras dissidências. No centro delas, o casal de pastores, que não aprovavam a conduta de Edimar.


“As queixas principais eram sobre os assédios dele (Edimar) às mulheres da igreja, mesmo sendo ele casado”, revelou uma ex-frequentadora da congregação. “Com isso o pastor e a pastora decidiram se afastar, mas nem todos seguiram os passos do casal, preferindo ficar na congregação com o pastor Edimar. Até a mãe da pastora teria ficado a favor de Edimar”, garante, acrescentando: “Ele tem uma lábia muito forte”.

Com o passar do tempo, a pastora Marcilene conseguiu convencer, indo de casa em casa dos antigos fieis, que a sua congregação era base sólida. Segundo apurado, pelo menos 80% das “ovelhas” de Edimar deixaram o rebanho e foram congregar com o casal de pastores. Foi a gota d’água para que Edimar passasse a nutrir ódio no coração.

Cinco anos se passaram após o rompimento com o casal, mas o tempo não diminuiu a raiva que ele sentia pelo casal. Com a ajuda do também pastor Fabio de Jesus Santos, 34 e de um comparsa, Adriano Silva dos Santos, de 36 anos, frequentador da igreja, ele finalmente poria fim à hegemonia do casal rival, resgataria o seu rebanho e voltaria a contar as centenas e centenas de reais em seu cofre. A morte seria após o culto do casal, na noite do dia 19 de janeiro.


Entenda o caso
A pastora e professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Marcilene Oliveira Sampaio Souza, 38 anos, e sua prima, Ana Cristina Santos Sampaio, 37, foram mortas na noite de terça-feira (19), em Vitória da Conquista. De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu por volta das 23 horas, na estrada de acesso a Barra do Choça. O mandante do crime seria um homem identificado como pastor Edimar Santos Brito.

Ele foi reconhecido tanto pelo marido da vítima, quanto pelos dois outros suspeitos de participar do crime. Segundo a polícia, a motivação do homicídio seria uma vingança porque a Pastora Marcilene estaria levando muitos fiéis da igreja do pastor Edimar. Segundo informações da polícia, Marcilene estava acompanhada da prima e do marido, Carlos Eduardo de Souza, 50, quando teve o veículo abordado por dois homens que estavam a bordo de um Versa branco. Um dos suspeitos, Fabio de Jesus Santos, 34, conduziu Carlos ao Versa, onde ele foi espancado várias vezes sob ameaça de uma arma de fogo. Durante o trajeto, o marido da professora conseguiu provocar um acidente e fugir.
Fonte: Plantão Alagoinhas

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