E como se não bastasse todos esses fatores, mais um elemento entra em cena para nos preocupar ainda mais. Até o momento, o que se sabia com certeza é que o vetor escolhido pelo Zika vírus, o grande responsável por todo esse movimento, é aquele já conhecido por todos nós: as fêmeas do mosquitoAedes aegipty, famoso por já ter duas doenças em seu arsenal. Mas, contrariando a praxe das infecções virais, que, via de regra, concentram-se em UMA forma possível de transmissão, as pesquisas estão mostrando que uma outra espécie também pode atuar como vetor do Zika, a saber, a Homo sapiens. Ou seja, nós.
Até “ontem”, a transmissão do Zika vírus de pessoa para pessoa não passava de uma possibilidade ainda não confirmada. Como o vírus se multiplica rapidamente e se espalha pela corrente sanguínea, considerava-se a hipótese de que ele pudesse ser transmitido da mãe infectada para o bebê, no momento do parto, e também por transfusões de sangue (menos provável, mas não impossível). Embora ainda não houvesse nenhum caso documentado desse tipo de contágio, uma série de medidas preventivas foram tomadas, como é o caso de Camila Martins, moradora de Itabuna, Bahia. Além de ter o seu parto antecipado, ela precisou manter-se afastada de seu bebê durante algum período, já que ela estava infectada e receava-se uma possível transmissão à criança.
Enquanto novas medidas profiláticas vão sendo estudadas, o que podemos e devemos fazer é o “mais do mesmo”: combater o mosquito, evitando o estabelecimento de criadouros que se formam a partir de focos de água parada e limpa. Repelentes, telas nas janelas e se possível, mosquiteiros nas camas, também são opções de prevenção, já que esses mosquitos continuam voando por aí e, até o momento, não existe ainda nenhuma vacina contra a infecção.
Fonte: Diário de Biologia