“Temos uma produção sustentável e não queríamos jogar esse percentual descartado no meio ambiente. Isso nos incomodava”, ressaltou sobre o incentivo para o início dos estudos.
Em 2011,o empresário afirma que a empresa iniciou um processo de pesquisa que possibilitasse o aproveitamento do mel descartado no processo de produção. Com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), foi identificada a possibilidade de transformar o descarte em álcool alimentício.
Por meio de um procedimento de recolhimento e fermentação, que contou com auxílio técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o empresário detalha que o mel atingiu as características necessárias para ser transformado em álcool alimentício. O produto pode ser utilizado na produção de licores e extratos medicinais. “Estamos armazenando para a produção desses dois produtos. Temos agora que apresentar os resultados destas pesquisas ao Ministério da Agricultura, para que possamos comercializar essa produção”, destaca.
Mesmo com a transformação, Jordans percebeu que 30% do álcool alimentício produzido também seria descartado no processo de produção. “O que fazer com segundo descarte?”, disse Jordans sobre o questionamento que gerou o desenvolvimento de um novo projeto, no início deste ano. Desta vez sem financiamento, o empresário destacou o início dos estudos para transformação do alimento também em álcool combustível.
“Foi instintivo. Nosso objetivo era zerar o descarte”, comentou. Jordans explica que o mel, além da fermentação, foi inserido em um processo de destilação. Em resumo, o alimento é fermentado, transformado em mostro (misturado com água) e em seguida destilado. O resultado atingido no processamento foi o álcool combustível.
Por conta do projeto, segundo Jordans, a empresa zerou todo o descarte de mel. Além disso, o alimento transformado em combustível passou a abastecer um veículo usado nos serviços de manutenção de apiários e entrega de mercadoria da empresa. O carro transita entre as cidades de Barra do Choça e Vitória da Conquista, 28 km distantes.
“Agora, fechamos o ciclo e não temos mais descarte nenhum”, disse. Os resultados da pesquisa foram encontrados neste ano e chegaram a ser apresentados no Congresso Baiano de Apicultura, que foi realizado entre os dias 7 e 10 de julho deste mês, em Ilhéus.
“O projeto faz parte de uma necessidade ambiental. É um compromisso que as indústrias devem ter o meio ambiente”, afirma. A empresa de Jordans foi criada em 1995 e produz mais 1 tonelada de mel por ano. O produto é distribuído para toda a Bahia e para estados como Pernambuco e São Paulo, além do Distrito Federal. O pesquisador afirma que não pretende usar álcool do mel para comercialização, mas continuará utilizando o combustível sustentável no veículo da empresa.
Informações G1 Bahia