Um crime bárbaro chocou a população de Capim Grosso, na tarde desse domingo, 10 de Fevereiro, registrado na Rua Limoeiro, casa 239, Bairro Planaltino, tendo como vítima a pessoa de Tamires Almeida Santos, 26 anos, morta a golpes de faca tendo como principal suspeito a pessoa de Rafael dos Santos, companheiro da vítima.
Uma testemunha contou à polícia que Tamires conheceu Rafael em São Paulo, mas que o relacionamento foi rompido e por conta do rompimento o mesmo mantinha contato por telefone pedindo perdão até que chegaram a reatar o relacionamento; contou ainda que Rafael estava de malas prontas para viajar e que estava ingerindo bebida alcoólica.
A testemunha esteve na residência do casal até as 14:30min quando o mesmo pediu para ficar sozinho com a vítima, meia hora depois uma pessoa da família avisou a testemunha que Tamires estava morta.
Quem também prestou esclarecimentos a polícia sobre o caso foi o pai da vítima que relatou não saber que entre os dois havia registros de agressão, falou também de um churrasco, uma espécie de reunião entre amigos e que tudo parecia estar bem.
O delegado também informou que um Fiat Uno, utilizado por Rafael, carro locado foi encontrado pela polícia no Distrito de Pedras Altas, município de Capim Grosso, mas o suspeito de praticar o crime segue foragido.
O crime registrado no Bairro Planaltino é identificado como feminicídio, ou seja, o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.
O feminicídio é um crime hediondo. O art. 2º da Lei 13.104/15 alterou o artigo 1º da Lei 8.072/90 (lei dos crimes hediondos) para incluir nesse rol o homicídio qualificado do inciso VI, do § 2º, do art. 121 do CP.
Na conversa com o Delegado de Polícia Dr. Eugênio, que substitui Dr. Humberto Marino, que está de licença prêmio, informou que só em 2019, a Polícia Civil trabalha a construção de 30 inquéritos todos voltados para a lei Maria da Penha. “Essa questão da Lei Maria da Penha tem aumentado bastante em Capim Grosso”, relatou o delegado.
Além da morte de Tamires, Capim Grosso registrou em apenas 42 dias de 2019, cinco mortes por disparos de arma de fogo, sendo uma em confronto com policiais do PETO, informações da 91ª CIPM e uma tentativa de homicídio, para um total de sete pessoas atingidas por disparos de arma de fogo em uma cidade de pouco mais de 30 mil habitantes.
Texto: Arnaldo Silva, DRT – 2805/BA – Foto: Facebook de Tamires