“Muita gratidão a Deus quando vi essa nota. Estudar de tarde, no calor, com máscara, quando vi [a nota], quase gritei. Foi uma alegria imensa!”, disse em entrevista ao G1.
O jovem, morador de um bairro periférico de Feira de Santana, filho de pais analfabetos, sonha cursar medicina. Para o vestibular, Matheus precisou superar algumas barreiras. Ele estudava na biblioteca municipal da cidade, mas com a pandemia, o local precisou ser fechado. Com isso, ele parou os estudos por um período. Segundo ele, em casa, com os pais e mais quatro irmãos, não era possível se concentrar.
Foi então que em julho do ano passado uma amiga emprestou uma casa simples para que ele pudesse estudar. Porém, o local não tinha energia elétrica e ventilação adequada. No novo local de estudos, também não havia internet. Ele precisou assinar um pacote de internet pelo celular.
“Por um tempo, pensei em desistir. Para estudar tem que ter silêncio, era muito complicado estudar em casa, por causa do barulho. Uma amiga aqui do bairro me emprestou essa casa, que estava sem ninguém. Porém, não tinha energia, era uma casa bem simples”, conta.
“Comprei uma cadeira, uma mesa e estudava lá pela tarde. Lá só tinha água, não tinha energia e a ventilação não era boa. Quando eu ia pra ‘casinha’, usava os dados móveis. Tinha que usar pouco para não acabar”, disse.
“A maior dificuldade foi manter a concentração, porque a temperatura era muito quente. Tinha que fechar a janela e a porta da frente para não entrar barulho. Quando vi que a pandemia não iria passar, comecei a estudar com máscara” disse ao G1.
Fonte: G1 Bahia