Criado em 1985 e reinaugurado por completo em 2014, o aeroporto de Feira de Santana até hoje não conseguiu realizar voos diários e noturnos
O aeroporto Governador João Durval Carneiro é um sonho antigo dos moradores de Feira de Santana, segunda maior cidade do estado da Bahia. Criado com o objetivo de ter voos regulares, diariamente, atualmente, há apenas um voo por semana, aos domingos, para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves / Confins, em Belo Horizonte.
A empresa que opera os voos é a Azul Linhas Aéreas que, recentemente solicitou à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), uma mudança no horário de chegada e partida do voo, a partir do dia 19 de fevereiro. Com a mudança, o voo passará a pousar no Aeroporto João Durval Carneiro às 16h20, decolando rumo a Salvador e Confins às 16h50.
Durante entrevista em setembro de 2017, precisamente, no dia 1º, o deputado estadual Zé Neto, líder do governo na Assembleia Legislativa, afirmou que em breve os voos para São Paulo retornariam, o que até o momento não aconteceu.
O fato é, para receber novos voos, o aeroporto precisa de melhorias de infraestrutura a serem realizadas pelo Governo do Estado. Fundado em 1985, o aeroporto de Feira, foi diversas vezes interditado pela ANAC.
No ano de 2011, investimentos foram feitos na modernização e reestruturação do local e, em 2014 o aeroporto foi reinaugurado por completo e aberto a voos comerciais. Hoje, o aeroporto João Durval é administrado pela empresa Braxton Sistemas. De acordo com os dados da Receita Federal, o capital social da sociedade que administra o Aeroporto de Feira de Santana é de R$ 10 milhões. A Braxton Sistemas também administra o Aeroporto Regional de Sorriso (MT).
Desapropriação - No dia 7 de outubro de 2016, o Governo do Estado publicou um novo Decreto (nº 17.114/2016) de desapropriação da área para ampliação do Aeroporto de Feira. De acordo com o Decreto, a SEINFRA (Superintendência de Infraestrutura de Transporte) fica autorizada a promover os atos administrativos e judiciais, se necessário em caráter de urgência, com vistas à efetivação da desapropriação.
Juliane Colavoupe, assistente social do DERBA (Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia), salientou a sua preocupação em ter um olhar social para as famílias daquela localidade.
“São famílias de área rural, com sua cultura. Então, estamos pensando também no remanejamento destas famílias para um outro local onde possam continuar com sua produção, dando continuidade à sua vida laborativa. Para tudo isso precisamos do diagnóstico da área”, esclareceu.
De acordo com um morador local, que não quis ser identificado pela nossa reportagem, a forma que está sendo feita a desapropriação é ruim para todos.
“Não somos intrusos, moramos aqui, é nosso lar, não podem simplesmente desapropriar e querer que a gente saia sem eira nem beira. Temos direitos e vamos lutar por eles”.
Facebook – Na rede social Facebook, há uma página com mais de 17 mil seguidores, onde constam informações sobre o Aeroporto Governador João Durval Carneiro. É mais fácil acessar essas informações, do que consultar a administração do local, que não atende a imprensa.
Criada em 2013, o página, é mantida por anônimos, “sem vínculo político, entusistas que discutem e informam sobre o aeroporto. Portanto, não temos nenhum vínculo com a administração do aeroporto e nem falamos em nome da mesma”.
Perspectivas - No dia 3 de janeiro de 2018, em Salvador, uma reunião entre o deputado estadual Zé Neto e representantes da Braxton, visou discutir melhorias para o aeroporto e ampliação da área. O muro que seria de 70 metros, agora será de 140, conforme uma determinação da ANAC. Também foi feito um cronograma de trabalho com a AGERBA (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicações da Bahia) e a SEINFRA, para resolver a situação do IFR (Instrument Flight Rules), que são as regras de voo por instrumento. Ou seja, é o ponto base para a garantia da instalação do voo de Feira de Santana para Campinas, saindo pela manhã e voltando a noite.
No aeroporto existe o balizamento noturno, mas sem o IFR, não há como ter avanços significativos na aviação feirense.
Segundo a perspectiva do Governo do Estado, em 2025, o aeroporto de Feira poderá atender a uma média de 107 mil passageiros por ano.
Mas isso, só será realidade com a desapropriação da área, mudanças na estrutura interna e externa, ampliação dos voos diurnos e implantação de voos noturnos, principalmente para as cidades de Recife (PE) e Campinas (SP).
O voo que opera atualmente, citado no começo dessa matéria, é triangular. Inicia e termina em Belo Horizonte. Assim, ou consideramos que Feira é escala, ou consideramos que Confins-Feira é direto e no trecho de volta tem escala em Salvador.
De acordo com informações da página do aeroporto no Facebook, no dia 12 de janeiro, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Força Aérea Brasileira (DECEA/FAB) cancelou os 3 Avisos aos Aeronavegantes (NOTAM) sobre a indisponibilidade do Serviço de Informação de Voo de Aeródromo (AFIS), do Serviço de Previsão Meteorológica (MET/CMA) e das Luzes de Aproximação de Precisão (PAPI) do Aeroporto João Durval Carneiro, em Feira de Santana (SBFE/FEC).
“Na prática, com a exclusão desses avisos e inclusão de tais anotações na Publicação Auxiliar de Rotas Aéreas (ROTAER), que é um manual que detalha aspectos técnicos dos aeroportos, o Aeroporto de Feira de Santana deixa de contar formalmente com estes serviços e equipamentos e não mais apenas tê-los indisponíveis temporariamente. De acordo com as informações, tais mudanças foram incorporadas ao ROTAER a partir a emenda feita em 04 de janeiro deste ano”.
Essa medida não possui efeito prático, já que os serviços já estavam indisponíveis desde junho de 2017, mas limita ainda mais a chance de criação de novos trechos a curto prazo.
Governo do Estado – Em entrevista coletiva concedida a imprensa de Feira de Santana, em dezembro de 2017, o Governador Rui Costa, afirmou que, por Feira de Santana está a 100km de Salvador, capital baiana, que possui o aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães, as empresas não demonstram interesse em operar na cidade.
“Eu me reuni com todas as companhias aéreas e eles sempre dizem que estão estudando a possibilidade de operar em Feira. Vamos adotar as medidas de infraestrutura do aeroporto e insistir com as companhias que analisem a colocação de voos para Feira”, disse Rui na época.
O fato é que, outros aeroportos do Brasil, como o Aeroporto Presidente João Suassuna, de Campina Grande (PB), está a 181km do Aeroporto Internacional do Recife / Guararapes - Gilberto Freyre e opera desde 1963. Atualmente, possui voos para o Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Guarulhos (SP), com uma media anual de 130 mil passageiros.
Em relação a “falta de interesse” das companhias áereas, a GOL Linhas Aéreas já estudou a possibilidade de operar em Feira de Santana, mas a falta do IFR é o principal fator de dificuldade para operação na cidade.
A infraestrutura do Aeroporto de Feira já comporta voos maiores, mas muito ainda deve ser feito para que se torne um aeroporto viável para as empresas e confortável para os passageiros.
“Estamos empenhados em fazer com que essas mudanças aconteçam, não vou prometer que vai ser hoje ou amanhã, o primeiro passo é funcionar o voo diário, para depois fazermos outras obras. Sei que temos muito a fazer, mas quando chegamos não tinha nada, nem pista. Compreendo o anseio do povo, mas estamos trabalhando”, disse o líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, Zé Neto (PT).
Fonte: Tribuna Feirense
O aeroporto Governador João Durval Carneiro é um sonho antigo dos moradores de Feira de Santana, segunda maior cidade do estado da Bahia. Criado com o objetivo de ter voos regulares, diariamente, atualmente, há apenas um voo por semana, aos domingos, para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves / Confins, em Belo Horizonte.
A empresa que opera os voos é a Azul Linhas Aéreas que, recentemente solicitou à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), uma mudança no horário de chegada e partida do voo, a partir do dia 19 de fevereiro. Com a mudança, o voo passará a pousar no Aeroporto João Durval Carneiro às 16h20, decolando rumo a Salvador e Confins às 16h50.
Durante entrevista em setembro de 2017, precisamente, no dia 1º, o deputado estadual Zé Neto, líder do governo na Assembleia Legislativa, afirmou que em breve os voos para São Paulo retornariam, o que até o momento não aconteceu.
O fato é, para receber novos voos, o aeroporto precisa de melhorias de infraestrutura a serem realizadas pelo Governo do Estado. Fundado em 1985, o aeroporto de Feira, foi diversas vezes interditado pela ANAC.
No ano de 2011, investimentos foram feitos na modernização e reestruturação do local e, em 2014 o aeroporto foi reinaugurado por completo e aberto a voos comerciais. Hoje, o aeroporto João Durval é administrado pela empresa Braxton Sistemas. De acordo com os dados da Receita Federal, o capital social da sociedade que administra o Aeroporto de Feira de Santana é de R$ 10 milhões. A Braxton Sistemas também administra o Aeroporto Regional de Sorriso (MT).
Desapropriação - No dia 7 de outubro de 2016, o Governo do Estado publicou um novo Decreto (nº 17.114/2016) de desapropriação da área para ampliação do Aeroporto de Feira. De acordo com o Decreto, a SEINFRA (Superintendência de Infraestrutura de Transporte) fica autorizada a promover os atos administrativos e judiciais, se necessário em caráter de urgência, com vistas à efetivação da desapropriação.
Juliane Colavoupe, assistente social do DERBA (Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia), salientou a sua preocupação em ter um olhar social para as famílias daquela localidade.
“São famílias de área rural, com sua cultura. Então, estamos pensando também no remanejamento destas famílias para um outro local onde possam continuar com sua produção, dando continuidade à sua vida laborativa. Para tudo isso precisamos do diagnóstico da área”, esclareceu.
De acordo com um morador local, que não quis ser identificado pela nossa reportagem, a forma que está sendo feita a desapropriação é ruim para todos.
“Não somos intrusos, moramos aqui, é nosso lar, não podem simplesmente desapropriar e querer que a gente saia sem eira nem beira. Temos direitos e vamos lutar por eles”.
Facebook – Na rede social Facebook, há uma página com mais de 17 mil seguidores, onde constam informações sobre o Aeroporto Governador João Durval Carneiro. É mais fácil acessar essas informações, do que consultar a administração do local, que não atende a imprensa.
Criada em 2013, o página, é mantida por anônimos, “sem vínculo político, entusistas que discutem e informam sobre o aeroporto. Portanto, não temos nenhum vínculo com a administração do aeroporto e nem falamos em nome da mesma”.
Perspectivas - No dia 3 de janeiro de 2018, em Salvador, uma reunião entre o deputado estadual Zé Neto e representantes da Braxton, visou discutir melhorias para o aeroporto e ampliação da área. O muro que seria de 70 metros, agora será de 140, conforme uma determinação da ANAC. Também foi feito um cronograma de trabalho com a AGERBA (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicações da Bahia) e a SEINFRA, para resolver a situação do IFR (Instrument Flight Rules), que são as regras de voo por instrumento. Ou seja, é o ponto base para a garantia da instalação do voo de Feira de Santana para Campinas, saindo pela manhã e voltando a noite.
No aeroporto existe o balizamento noturno, mas sem o IFR, não há como ter avanços significativos na aviação feirense.
Segundo a perspectiva do Governo do Estado, em 2025, o aeroporto de Feira poderá atender a uma média de 107 mil passageiros por ano.
Mas isso, só será realidade com a desapropriação da área, mudanças na estrutura interna e externa, ampliação dos voos diurnos e implantação de voos noturnos, principalmente para as cidades de Recife (PE) e Campinas (SP).
O voo que opera atualmente, citado no começo dessa matéria, é triangular. Inicia e termina em Belo Horizonte. Assim, ou consideramos que Feira é escala, ou consideramos que Confins-Feira é direto e no trecho de volta tem escala em Salvador.
De acordo com informações da página do aeroporto no Facebook, no dia 12 de janeiro, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Força Aérea Brasileira (DECEA/FAB) cancelou os 3 Avisos aos Aeronavegantes (NOTAM) sobre a indisponibilidade do Serviço de Informação de Voo de Aeródromo (AFIS), do Serviço de Previsão Meteorológica (MET/CMA) e das Luzes de Aproximação de Precisão (PAPI) do Aeroporto João Durval Carneiro, em Feira de Santana (SBFE/FEC).
“Na prática, com a exclusão desses avisos e inclusão de tais anotações na Publicação Auxiliar de Rotas Aéreas (ROTAER), que é um manual que detalha aspectos técnicos dos aeroportos, o Aeroporto de Feira de Santana deixa de contar formalmente com estes serviços e equipamentos e não mais apenas tê-los indisponíveis temporariamente. De acordo com as informações, tais mudanças foram incorporadas ao ROTAER a partir a emenda feita em 04 de janeiro deste ano”.
Essa medida não possui efeito prático, já que os serviços já estavam indisponíveis desde junho de 2017, mas limita ainda mais a chance de criação de novos trechos a curto prazo.
Governo do Estado – Em entrevista coletiva concedida a imprensa de Feira de Santana, em dezembro de 2017, o Governador Rui Costa, afirmou que, por Feira de Santana está a 100km de Salvador, capital baiana, que possui o aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães, as empresas não demonstram interesse em operar na cidade.
“Eu me reuni com todas as companhias aéreas e eles sempre dizem que estão estudando a possibilidade de operar em Feira. Vamos adotar as medidas de infraestrutura do aeroporto e insistir com as companhias que analisem a colocação de voos para Feira”, disse Rui na época.
O fato é que, outros aeroportos do Brasil, como o Aeroporto Presidente João Suassuna, de Campina Grande (PB), está a 181km do Aeroporto Internacional do Recife / Guararapes - Gilberto Freyre e opera desde 1963. Atualmente, possui voos para o Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Guarulhos (SP), com uma media anual de 130 mil passageiros.
Em relação a “falta de interesse” das companhias áereas, a GOL Linhas Aéreas já estudou a possibilidade de operar em Feira de Santana, mas a falta do IFR é o principal fator de dificuldade para operação na cidade.
A infraestrutura do Aeroporto de Feira já comporta voos maiores, mas muito ainda deve ser feito para que se torne um aeroporto viável para as empresas e confortável para os passageiros.
“Estamos empenhados em fazer com que essas mudanças aconteçam, não vou prometer que vai ser hoje ou amanhã, o primeiro passo é funcionar o voo diário, para depois fazermos outras obras. Sei que temos muito a fazer, mas quando chegamos não tinha nada, nem pista. Compreendo o anseio do povo, mas estamos trabalhando”, disse o líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, Zé Neto (PT).
Fonte: Tribuna Feirense