Ele chegou a ir para o presídio Nelson Hungria, o maior do estado mineiro, e para o presídio de Bangu no Rio de Janeiro, e disse que os dois lugares são uma máquina de produzir criminosos e que da forma como são organizados é impossível que um detento se recupere. Somente após ir para o município mineiro é que conseguiu ver uma possibilidade de ter uma rotina recheada de atividades, e responsabilidades. O local abriga cerca de duzentos detentos, todos eles em regime fechado e em sua maioria são assassinos, estupradores, assaltantes, traficantes que deverão ficar presos mais de vinte anos de suas vidas.
Lá são os próprios detentos os responsáveis pelo espaço em que vivem, tanto das celas individuais quanto do pátio onde fazem atividades em conjunto. Não há policiais armados, seguranças, ou agentes penitenciários para controlá-los e todos eles têm uma função a cumprir.
A penitenciária é dirigida por uma organização não governamental, Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), que tem uma proposta diferente para a recuperação destes detentos. Eles passam o dia praticamente todo no pátio e não nas celas individuais e participam de capacitações para trabalhos em marcenaria, padaria, jardinagem, informática e até pintura.
Eles têm acesso, por exemplo, a ferramentas de corte para realizarem os trabalho e os próprios presos vigiam uns aos outros. Os presos recebem também capacetes e botas, para a sua segurança. Muitos deles estão estudando e realizaram no ano passado o exame nacional do ensino médio, e têm acesso a computadores para poderem fazer cursos online a distância.
Cada detento é identificado pelo próprio nome e tem um crachá de identificação, e têm acesso as chaves das celas e aos diretores do local que os recebem com suas reclamações. A ideia que parece um sonho é aprovada pelos próprios presos, muitos dizem que nunca tiveram a oportunidade que estão tendo dentro da penitenciária, e pensam que sairão uma pessoa melhor do local.
Fonte: Blasting News