Call Parade: 100 dos 52.000 orelhões paulistanos foram transformados em obras de arte em diversos pontos da cidade (Marcele Flores/Frame/Folha Press) |
Anatel debate revitalização dos telefones públicos, que serão modernizados para suprir demanda com os grandes eventos no país até 2016
Ter um aparelho de telefone restrito a fazer ou receber chamadas de voz
é quase tão arcaico hoje em dia quanto mandar uma carta pelo correio
para saber notícias de alguém que mora longe. Às vésperas da chegada da
teclonogia 4G ao país, os telefones públicos – extremamente úteis no
passado – tornaram-se adornos quase inúteis que, no máximo, são capazes
de proteger da chuva algum pedestre desprevenido.
É para reverter esse quadro que a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) abriu consulta pública há um mês sobre a revitalização dos
chamados orelhões. Nesta quarta-feira, uma audiência em Brasília abre
espaço para a sociedade se manifestar. Afinal, mesmo que a
funcionalidade não seja mais a mesma, o Brasil ainda tem 967.140
telefones públicos em uso – número que passava de 1 milhão há pouco mais
de um ano e que vem caindo.
“Hoje em dia, usa-se menos os telefones públicos, mas ainda se usa. Não
podemos esquecer que essa é a forma de comunicação mais barata que
existe. Mas claro que, com a popularização do celular, deixou de ser
prático usar um orelhão, principalmente pela falta de manutenção e pelo
vandalismo constante”, avalia a conselheira da Anatel Emília Maria Silva
Ribeiro Curi. Baseada nisso, a proposta da agência é mudar a cara dos
orelhões, seja por meio de obras de arte – como fez a Vivo em São Paulo
–, ou abrindo espaço para publicidade.
Internet - Mas a maior novidade ficará por conta do
acesso de dados nos telefones públicos. A ideia é disponibilizar wifi
além de serviços de lista telefônica e GPS, explica Emília. “Passaremos a
ter mais de 900.000 pontos de acesso à internet no país. Assim, será
possível desafogar os telefones móveis, com acesso mais rápido e de
qualidade.” A cobrança do sistema, que deve ser liberado por meio de
senha, poderá ser feita por cartão de crédito ou até moedas comuns –
esse modelo também está em análise na consulta pública.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro a experiência já começou. “A empresa
está desenvolvendo um projeto de wifi em orelhões, utilizando tecnologia
100% nacional, que está em fase inicial de testes”, informa a Oi,
responsável pelo desenvolvimento carioca. O foco - como tudo que envolve
inovação no país ultimamente – são os grandes eventos mundiais: Jornada
Mundial da Juventude, Copa do Mundo, Olimpíada... Mas a Anatel não quer
esperar tanto para ver o novo projeto ganhar forma. “Queremos dar
início esse ano ainda. A agência tem pressa”, enfatiza a conselheira.
Fonte: http://www.pontonovo.net/