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domingo, 8 de abril de 2012

Suplentes de Demóstenes são milionários e nunca exerceram mandato

  
 Patrimônio do primeiro suplente é quase 40 vezes maior que o do senador investigado.

Se Demóstenes Torres (sem partido-GO) perder seu lugar no Senado, seja por cassação por seus pares ou por vontade própria, aquele dentre seus suplentes que ocupar o lugar terá certamente duas características: nunca ter exercido nenhum mandato e ser milionário.

O primeiro dos suplentes é o empresário Wilder Morais (DEM), que declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um patrimônio de R$ 14,5 milhões. Desse total, R$ 2,2 milhões são de dinheiro em espécie.

Comparativamente, o senador Demóstenes Torres declarou R$ 374 mil à Justiça Eleitoral. É um valor quase 40 vezes menor que o de Morais. O empresário foi envolvido na relação de Demóstenes com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso e investigado por suposto envolvimento com jogos ilegais.

Demóstenes tentou explicar sua relação com Cachoeira dizendo que pretendia resolver um problema sentimental, já que a ex-mulher do empresário foi viver com Cachoeira após o divórcio.

Morais atualmente ocupa o cargo de secretário de Estado de Infraestrutura do Goiás e já declarou que não gostaria de assumir o cargo “nessas condições”. Não seria a primeira baixa no governo goiano desde que a operação Monte Carlo da Polícia Federal prendeu Cachoeira.

Na última semana, a chefe de gabinete do governo, Eliane Pinheiro, deixou o cargo após investigações da PF revelarem suas ligações com o bicheiro, preso em fevereiro acusado de comandar uma suposta máfia que explorava jogos de azar no Estado.

Na sequência, foi o presidente do Detran no Estado, Edivaldo Cardoso, que pediu exoneração do cargo. Cardoso não é investigado no inquérito que apura a máfia dos jogos ilegais, mas aparece em escutas da PF conversando com o bicheiro.


Segundo o diálogo entre o presidente do Detran e Cachoeira, Cardoso teria intermediado com o governo o repasse de verbas para uma empresa supostamente ligada ao grupo de Cachoeira.

Segundo suplente


O segundo suplente é o pecuarista José Eduardo Fleury (DEM), que declarou um patrimônio de R$ 1,4 milhão. Dentre seus bens consta uma fazenda de 800 hectares no valor de R$ 1,2 milhão. Em 2010 Fleury não declarou nenhuma cabeça de gado ou qualquer atividade produtiva no imóvel rural.

Já em 2002, quando foi suplente de Demóstenes pela primeira vez, informou ao TSE um patrimônio de R$ 5,7 milhões, que incluía cerca de 2.000 cabeças de gado.

Ao contrário de Wildner Morais, Fleury já revelou ao jornal O Estado de S. Paulo ter planos caso assuma o mandato no Congresso Nacional:

— Quero assumir, quando for de direito, se eu tiver direito. A primeira decisão minha é abrir todo sigilo, bancário, telefônico e do sindicato do qual fui presidente, o Sindicato Rural de Quirinópolis. Mas ele [Demóstenes] tem de se defender com a consciência tranquila.

Fleury disse que não considera apropriada a relação entre um senador e um contraventor.
R7

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