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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Municípios baianos podem suspender aulas por causa da seca

A situação da seca que atinge mais de dois milhões de habitantes baianos, destruindo lavouras e pastagens, matando animais de sede e fome, derrubando a economia no interior baiano, levando 186 municípios a decretarem situação de emergência, pode trazer mais prejuízos à população. Isso porque alguns municípios já anunciaram que podem suspender as aulas e até mesmo serviços na área de saúde. Em reunião no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Brasília, os prefeitos alertaram para a gravidade futura da seca.

Preocupado com a situação, o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, alerta que, “a seca está apenas começando e já estamos nessa situação. A União não pode esperar que o caso se agrave para dar celeridade as nossas demandas. Escolas, postos de saúde e até outros serviços podem parar nos municípios. Isso será o caos”.


Segundo-secretário da UPB, o prefeito de Maracás, Nelson Portela, testemunhou que “administro um município dentro da área da seca. Está cada vez mais difícil. Alguns municípios suspenderão as aulas a partir da semana que vem por falta de água. Se não forem tomadas medidas emergenciais, alguns prefeitos correm o risco de parar além da educação, os serviços da saúde também”.

O prefeito de Ruy Barbosa, José Bonifácio, fez um alerta estarrecedor. “É importante destacar que estamos apenas no começo da seca. Passou o período chuvoso e não choveu. E a previsão agora é de que só deve chover em outubro ou novembro. Desde de 1942 que a Bahia não vê uma seca como essa. Então se não tivermos respostas da União e do Estado com recursos e ações imediatas, vejo que os municípios não pararão apenas a educação e alguns serviços da saúde, mas tudo irá parar”.


O deputado Josias Gomes destacou que, “esse problema tem que ser remetido à Presidência da República para formação de uma comissão para tratar a seca como tratamos de outros temas de calamidade pública no país. Os membros dessa comissão deveriam ir até o Nordeste analisar de perto essa situação. Do contrário, breve sairemos de situação de emergência para calamidade, com saques pelas cidades, retirantes nas estradas migrando para os grandes centros e paralisação de todos os serviços públicos”.


De acordo com deputado Valmir Assunção, a União precisa tratar a seca com a mesma intensidade com que trata calamidades causadas pelas chuvas. “O que buscamos agora é ampliar a atenção do MDA para todos esses 186 municípios. Quando acontece situação de emergência por causa de cheias e alagamentos a ação é imediata. Mas, quando acontece a questão da seca a ação é lenta. Mas, o prejuízo da seca é até maior do que qualquer calamidade por causa da chuva. Por isso buscamos a mesma agilidade no atendimento das demandas dos municípios baianos”.

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