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sábado, 23 de junho de 2018

Jogador de futebol mata transexual para esconder relação entre os dois

A transexual foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira (21) às margens do Rio Uruguai, em São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. A vítima foi identificada como Thalia Costa Barboza, de 33 anos. Conforme a polícia, ela foi morta a pauladas por Douglas Gluszszak Rodrigues, de 22 anos, que jogava futebol pela Associação Esportiva São Borja, time que disputa a Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho. O suspeito foi preso em flagrante na manhã desta quinta e, de acordo com o delegado Marcos Ramos Vianna, confessou o crime, mas não informou a motivação. Em depoimento, Douglas disse que só vai falar em juízo, de acordo com seu advogado, Walter Prieb. A polícia investiga a motivação.

Na tarde de quinta-feira (21), o advogado ainda aguardava a homologação do flagrante de Douglas, para decidir sobre medidas em relação à prisão do jogador. Douglas está na Penitenciária Estadual de São Borja, de acordo com a defesa. “Eles tinham uma relação recente, de aproximadamente 15 dias. Mas ainda não sabemos por que ele matou ela”, diz o delegado. A polícia chegou até o atleta, natural de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por meio de câmeras de segurança. Os dois aparecem chegando juntos a um apartamento. Os documentos da vítima, além do carro dela, foram encontrados próximo à residência onde o suspeito morava, junto com outros colegas de equipe.

“Conversamos com uma senhora que faz a limpeza do apartamento e ela relatou que achou uma toalha suja de sangue no local. O suspeito também está com as mãos cortadas, provavelmente das agressões”, conta Vianna. A polícia trata o caso, inicialmente, como homicídio qualificado, devido à forma cruel como a vítima foi morta. O crime causou comoção na cidade, porque Thalia era conhecida pela atuação em defesa da igualdade de gênero. Ela trabalhava como vendedora de títulos de capitalização. “Ela era uma pessoa muito positiva, respeitada e amiga de todo mundo aqui na cidade”, confirma o delegado responsável pela investigação.

Time se manifesta
O diretor de futebol da Associação Esportiva São Borja, Eduardo Rocha Santos, disse ao G1 que a prisão pegou a todos de surpresa. Conforme ele, policiais civis foram até o clube pela manhã e informaram sobre a situação. Douglas treinava normalmente até então. “O clube prontamente abriu as portas. Levamos o Dougals até a polícia para prestar esclarecimentos, e prestamos todo o auxílio que a polícia precisou, abrimos o alojamento onde o Douglas morava…”, disse o dirigente. De acordo com Eduardo, o jogador chegou ao clube no fim de março, e atua na equipe desde abril. Ele morava junto com outros 16 atletas em um alojamento na cidade. “A gente sempre está olhando, está em cima, e até o presente momento não tínhamos percebido nada. Fazemos checagem policial, e não tinha nenhum antecedente. O clube ficou abalado, ele fazia parte do grupo”, acrescentou. Eduardo também disse que a família do atleta viaja até São Borja para acompanhar a situação. “Estamos sem saber o que aconteceu. O clube não comunga com isso, foi uma coisa fora dos parâmetros”, comentou.