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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A cidade que registrou 30 assassinatos em apenas 24 horas

Famílias que foram ao IML (Instituto Médico Legal) reconhecer os corpos das vítimas evitaram comentar sobre as mortes. A Secretaria da Segurança do Pará trabalha com a hipótese de que a "onda" de homicídios tenha relação com a morte do policial militar Rafael da Silva Costa na sexta-feira (20). Dos 30 assassinatos registrados pela polícia entre sexta (20) e sábado (21), 25 tinham características de execução. O número de mortes foi quase dez vezes superior à média diária de homicídios em Belém, que é de três casos.

Testemunhas dos crimes descrevem ações características de grupos de milícias que atuam na periferia de Belém. Os crimes foram praticados por homens encapuzados em carros pretos e prateados. O governo do Pará não informou os nomes das vítimas, alegando que a divulgação poderia atrapalhar as investigações. A secretaria de Segurança informou que apenas parte das vítimas tinha envolvimento com o crime.

O governo do Pará informou que segue com as investigações para apurar os responsáveis pelos assassinatos e que considera que a situação foi controlada. Entre as 12h de sábado (21) e as 12h deste domingo (22), foram registrados seis assassinatos na região metropolitana de Belém. O número é considerado dentro da média para um dia de fim de semana.

Em nota, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional do Pará, cobrou celeridade na investigação dos assassinatos e classificou os crimes como uma "onda de extrema violência". A OAB ainda citou dados do Conselho Nacional do Ministério Público que apontam o Pará como o quarto Estado com mais mortes por intervenção policial em 2016, com 237 mortes.

Nazareno Lobato, presidente da ONG Pará Vida, que reúne famílias de vítimas de crimes violentos no Pará, cobra punição para os envolvidos nas mortes e amparo às famílias das vítimas. "No Pará há milhares de famílias vítimas de violência e nenhuma foi indenizada. Nossos familiares são mortos e nós temos que provar que não somos bandidos", afirma.

Fonte: Cidadão do Povo