— Quando eu era criança, meu pai precisava dos filhos trabalhando na roça e não me deixou estudar.
Pela lei, os analfabetos não podem se eleger. Silva pôde tornar-se político por saber copiar palavras e assinar o nome, o que bastou para a Justiça Eleitoral.
Ele sempre teve assessores de confiança para ajudar na leitura dos documentos. Para Silva, os analfabetos deveriam ter o direito de ser votados.
— Tem muito doutor por aí que não tem nem a metade da minha honestidade.
Silva se elegeu prefeito em 1992. Até então, a cidade só tinha escolas caindo aos pedaços e professoras sem diploma. Tudo mudou. A educação chegou a receber 37% do orçamento municipal, acima do piso constitucional de 25%.
— Fiz tanto pela educação porque sempre senti na pele o quanto ela faz falta — afirmou.