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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Jovem que comia vidro morre com overdose de comprimidos

Pouca gente sabe disso, mas na delegacia de Paramirim uma queixa foi apresentada, tempos atrás, pelo proprietário de um estabelecimento comercial do Bairro São José, contra o jovem Jair Francisco dos Santos por este ter lhe devorado, isto mesmo, comido alguns copos de vidro, tipo americano, sem o devido ressarcimento do prejuízo.

Esta façanha e outras da mesma natureza fizeram com que Jair, mais conhecido por Chalita, se tornasse alvo da admiração de muitas pessoas por não entenderem como é que ele no auge de seus pileques pudesse mastigar e engolir cacos de vidro sem causar nenhum ferimento ao seu organismo, simplesmente como se estivesse ingerindo um biscoito ou um outro alimento qualquer. Era um verdadeiro “papo de ema”, afirmava seus colegas de gole.

Se por um lado Chalita causava admiração, por outro, despertava cuidados, pois quando estava “ comendo água ”, os vendeiros logo advertiam, “ chegou o comedor de vidro ”, tomando as devidas precauções de tirar de seu alcance todo e qualquer objeto alvo de suas “ maluquices ”, pois o seu sensacionalismo era fazer aquilo que despertasse a atenção dos demais, sem se importar com as consequências.

Consequências, bem que haviam de sobra, e das piores. Chalita era epiléptico, tomava remédio controlado e por várias vezes, segundo contam, recebeu recomendações médicas para evitar o álcool, pois todo mundo sabe que “ tarja preta ” com “ espirito de garrafa ”, não combina. Além do mais, toda vez que o irreverente “vidrívoro” misturava as duas coisas o seu mal se agravava e a sua insônia torna-se mais resistente.

Na última terça-feira à noite (15 de março), Jair exagerou na dose, achando que a sua “ decisão ” deveria prevalecer, ao invés de um comprimido, como de costume, optou-se por uma overdose de diazepam e acabou encontrando a morte com a suas próprias mãos, engolindo de uma só vez 14 capsulas do “ sossega leão ”, vindo a óbito às sete horas da manhã do dia seguinte.

Chalita era trabalhador braçal, residia nas proximidades da Cerâmica São Francisco, na Av. Livramento, vivia sob os cuidados da família e gostava muito de cantar nos bailes da redondeza, sua principal diversão. Por conta das circunstâncias de sua morte, seu corpo foi levado à autopsia na cidade de Brumado, vindo a ser sepultado somente na quinta-feira no cemitério de Paramirim.

A história deste cidadão difere-se de muitas outras, pelos percalços por ele vividos, mas no fundo, bem no fundo, existe um referencial que nos remete ao velho provérbio da sabedoria popular, o qual diz que “ o homem engole um boi com chifres e tudo, mas se engasga com um simples mosquito ”. Nada neste mundo tem uma só conotação, até mesmo a irreverência aos costumes tem os seus limites. Não podemos ultrapassá-los, nem tão pouco ignorá-los. Eis a questão.
Fonte: Paramirim Eventos

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